La em baixo daquela ponte, crianças brincavam com uma bola
feita de meia
Em meio ao ruído dos carros que pareciam competir pra ver
quem chegava primeiro não se sabe onde, elas corriam e sorriam felizes e
despreocupadas.
Houve um tempo e é agora, que um mestre estava na terra a
ensinar suas crianças e elas tinham diversas faixas etárias.
Umas muito envelhecidas
pela dor e carência o buscavam para
ouvir-lhe as predicas formosas de esperança numa vida que do ponto de vista onde a sentiam, era o
céu que descia a terra ao som daquela voz, que com serena autoridade fazia afirmações
tocantes e verdadeiras.
Mesmo aqueles que não
o entenderam de pronto, sorviam
sorridentes ou chorando aquelas palavras do verbo divino encarnado que
lhes enchia a alma de contentamento, quais as crianças em baixo da ponte entre
a correia dos carros.
A luz do céu esta muitas vezes onde os corações não a
percebem de pronto, vivem correndo para conquistar, ter, possuir, chegar
primeiro competir, e os valores que
realmente importam que alimentam a alma nos dias difíceis, passam ao largo,
como lições não percebidas dada a pressa em chegar a lugar nenhum.
Um belo dia, fura um pneu, para a correria, olham em volta e
começam a perceber que o tempo e espaço
percorrido não mudou para melhor seu próprio ser. Então olham abismados as
crianças em baixo daquela ponte, num espaço diminuto, brincando com uma bola
velha esfarrapada, feita de sobras das meias mais velhas.
Observam a simplicidade e singeleza verdadeira nos sorrisos
abertos, e de repente a bola vem parar aos seus pés e uma voz com som
divino diz: Ei tio, jogue nossa bola.
Ele se abaixa a recolhe e como um grande atleta olímpico arremessa
para os meninos que correm para disputa-la.
Seu coração se aperta, pois ao lado da ponte onde brincam,
tem um terreno há muito esquecido, entulhado, morara nele seu velho pai, sua
mãe e irmãos ate que deixaram o lugar.
No outro dia maquinas
operam ali, limpando cercando e um grupo de homens fardados, sob o comando de uma voz enérgica,
diz, podem plantar as gramíneas, e ao fundo rápido como um raio, surge um prédio
daqueles pre moldados, rapidinho se levanta, surge um campo verdejante, e o
homem que observa as crianças que fora tocado pelo Mestre
Oferece-lhes o céu que desce a terra, desde o céu que o amor
de dentro constrói em luz.
O amor em ação, é o céu manifesto na terra entre os homens
de boa vontade.
Antonio Carlos Tardivelli